Eternos Festejos do Divino Espírito Santo em Pirenópolis

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Quando a Missão Cruls subiu os Picos dos Pyreneus em 1892, com o objetivo de confirmar a altitude dessas montanhas, a Festa do Divino Espírito Santo já contava 73 anos de existência. O encantamento que levou Luiz Cruls a se estabelecer por alguns meses em uma casa da tradicional Rua Direita permanece até hoje, atraindo milhares de turistas e moradores da região para acompanhar os festejos do Divino e as famosas Cavalhadas. A festa do Divino Espírito Santo é um evento rico em cultura e religiosidade, onde fé e brincadeiras populares se entrelaçam para criar uma atmosfera única e inesquecível.

Pomba do Divino Espírito Santo bordada no manto de um cavaleiro mascarado em frente a Igreja Matriz.

Entre os personagens mais icônicos da festa estão os mascarados. Conhecidos também como “curucucus”, essas figuras misteriosas percorrem as ruas em trajes coloridos e máscaras elaboradas com chifres e cabeças de bois, trazendo um ar de mistério e brincadeira. Os mascarados decoram seus cavalos e usam roupas coloridas cobrindo todo o corpo para não serem reconhecidos e, no anonimato, poderem pedir donativos e festejar com a comunidade. Essas figuras enigmáticas são herdeiras de uma tradição que mistura elementos da cultura africana, indígena e europeia, resultando em um espetáculo visual que encanta e intriga.

Tradicional Curucucu, mascarado com cabeça de boi, empina seu cavalo em frente a Igreja de Nossa Senhora do Rosário.

A coroação do imperador da festa é um momento solene e cheio de significados. Escolhido entre os moradores da cidade, o imperador é coroado em uma cerimônia que simboliza a união da comunidade e a continuidade das tradições. Na manhã de domingo, a Coroa e o Império seguem em um cortejo até a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário. Esta cerimônia, que mistura elementos religiosos e festivos, é um dos pontos altos das celebrações e reforça os laços de solidariedade e fé entre os participantes.

Bandeiras durante o cortejo da Coroa do Divino Espírito Santo.

Seguindo aos desfiles dos mascarados, acontecem as Cavalhadas, uma representação teatral equestre que encena a luta entre mouros e cristãos, simbolizando a batalha pela reconquista da Península Ibérica. Realizada no Campo das Cavalhadas, este espetáculo é caracterizado por sua riqueza de detalhes e pela participação de cavaleiros trajados com armaduras e escudos coloridos.

Mascarado conhecido como “Curucucu”, com sua ornada máscara de cabeça de boi.

Desde 1991, o fotógrafo Eraldo Peres vem documentando as celebrações do Divino Espírito Santo em Pirenópolis, registrando as belezas dessa tradição centenária. Seu trabalho foi publicado como um capítulo do livro “Festa Brasileira” e agora é apresentado neste blog do site www.filhosdaterra.org. No site, é possível encontrar uma vasta galeria de imagens, cadernos de cultura, vídeos e games que revelam os detalhes, as emoções e a devoção dos participantes das celebrações populares.

Chegada do cortejo da Coroa na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, Igreja Matriz.

Acompanhe a galeria fotográfica.

Contejo da Coroa do Divino Espírito Santo.
Jovem brincante com sua bandeirinha do Divino para participar do cortejo da Coroa.
Jovem Catupe durante o cortejo da Coroa.
Cavaleiro com suas vestes de Curucucu e a tradicional cabeça de boi.
Cavaleiro com suas vestes de Curucucu e a tradicional cabeça de boi fica em pé em seu cavalo.
Meninas se protejem do sol sob uma bandeira do Divino Espírito Santo.
Cavaleiro com a tradicional máscara com cabeça de boi nas ruas de Pirenópolis.
Chegada do cortejo da Coroa na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, Igreja Matriz.
Jovem mascarado brinca em frente a uma loja de roupas.
Tradicional Rua da Cruz, com o manto e a Pomba do Divino Espírito Santo.
Standarte do Divino Espírito Santo na janela de uma casa.

(C) Fotos/Eraldo Peres

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